sábado, 6 de novembro de 2010

"Diz Coração"


Ah, meu pobre e insensato coração!
Que tanto pensa em ti.
Que anda doido por te amar.
Ah, este pobre coração,
Que de te vê em fotografia,
Que te vê noite e dia dentro de si,
 Guardou o teu amor e de beijo e suor soube ter o teu melhor.
Ah, coração apaixonado.
Coração desvairado.
O que faço de ti?
Meu coração, o que queres?
Queres um enlace,
Queres que eu disfarce,
Queres o mau ou o bem?
Queres mais e aquém do que eu tenho ao despôr?
Queres lábios e calor
Ou queres nuvens e brisas de tardes primaveris?
O que tu queres de mim?
Pobre de mim, que ama sem esforço.
O que queres coração que eu diga àquele moço?
Que sonho
Que me engano
Que nasci e morri todos os dias desde que o conheci
Que sou fera e sou mulher
Que existe um quarto escuro e um universo em mim.
Que aqui tudo cabe.
Que tudo se confunde
Até mesmo a multidão e a castidade.
Tudo aqui.
Fala coração, o que queres dizer?
Grita!
Tenho culpa.
Deixei acontecer.
Agora somos aqui, eu e você.
Sozinhos ou acompanhados.
Temos um mundo instalado.
São fantasias e lembranças.
São dias de abonança que não saem de mim.
Diz coração, o que queres enfim?

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