sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Vida de Adulto

  E quem disse que ser adulto seria fácil?!
Passamos parte da infância sonhando com isso. Ser grande parece algo tão bom! Ir aonde quisermos, termos tudo que pudermos comprar. Brincamos de casinha, de polícia e ladrão, de arquiteto (eu sou dessa época!), de tudo que nos arremete a ter independência. E quando ela nos bate a porta isso parece tão assustador. Vem o frio na barriga, as responsabilidades, a solidão...
 Tem os que voltam pro colo da mamãe, tem os que nunca saíram de lá. É uma liberdade tão gostosa de experimentar! Finalmente, ser livre! Mas, era mesmo uma "prisão" onde eu vivia? Era "estar preso" o que os meus pais faziam comigo? Ou era apenas um jeito de me preparar para o que viria?!

 Eu resolvi arriscar todas as fichas.
Sai de casa ( no meu conceito, um pouco tarde). Contava os minutos para mandar no meu nariz. Não dever mais satisfações do meu ir e vir. Tudo parecia perfeito! Tudo muito bem planejado, é lógico! Sentir falta? Do quê? De não baladar por aí a hora que eu quisesse? De arrumar o meu quarto o tempo todo? De alguém pra contar os palmos da minha saia/vestido? Não. Imagina, se eu sentiria falta disso...
Sentir falta de comida quentinha na mesa esperando-me na volta do trabalho/faculdade. Sentir falta de um beijinho carinhoso e do questionamento sincero sobre meu dia. Sentir falta da minha sobremesa preferida. Do almoço delicioso e caprichadíssimo de domingo. Sentir falta de ter quem faça o que eu não tô afim de fazer. Dos conselhos que são realmente pro meu bem. Quem sentiria falta de qualquer dessas coisas?... Eu!

  Ser adulto é tão bom! Eu adoro ter todos esses benefícios. Porém, arcar com tudo não é fácil. E, às vezes, dá mesmo vontade de desistir. A vida (quase) toda eu critiquei quem deixava seus sonhos pelo caminho. Olhei feio, critiquei duramente, mas, também levantei a moral, apoiei, e repreendi as auto criticas nada construtivas. E agora, me vejo aqui, tão só e repleta dessas mesmas criticas. Não me envergonho de já ter pensando algumas vezes em desistir.

  Seguir em frente é mesmo para os fortes. Para aqueles que querem ser livres. Não livres das asas de seus pais. Não livres de todas as responsabilidades. Livres de todos os conceitos mal formados. Livres desse medo de ser independente. Livres do medo de não ter os pais por perto nunca mais. Porque, querendo ou não, pensamos nisso. "E se, quando eu for visitar, a mãe estiver doente?", "E se o pai acidentar-se?", "O que eu vou fazer sem eles?". Somos tão pequeninos. Somos tão jovens! E é essa falta de experiência, que nos causa dor e medo, que nos faz mais forte. Porque criamos um caminho. Traçamos algo tão nosso. Um destino que ninguém mais fará igual. Sem medos. Sem censuras. O que está por vir valerá muito a pena. Eu garanto!



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