segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Chorar sorrindo

 -Isso é um sorriso?


 -Sim.
  E uma gargalhada.
 Uma por cada lágrima que eu derramei


 -Lá vem mais uma...


 -E eu sinto como se o sol irradiasse raios tão fortes quanto a dor que eu já senti.
 Ele desponta nas nuvens, em meio ao dia nublado lá fora.

-Isso é uma total loucura!

-Que nada!
 Hoje eu consigo ouvir com clareza cada nota da música que um dia eu usei pra te magoar. As flores, os dias de sol, os beijos, o que eu tinha sonhado pra nós... Hoje eu sei o que fazer do meu amor. E o meu amor já não existe mais.
Ele foi sepultado com o sabor da vingança. A vingança que veio fria, gélida, após um ano. Findo, finito, acabado! Hoje eu durmo melhor. Meu travesseiro está mais macio e os pesadelos não me atormentam mais.


 -Vingança não leva a nada. E você não se vingou...


 -Verdade. A vida fez isso por mim. E tem uma vingança maior que essa? O destino se encarregar de machucar, magoar, ferir quem tanto me fez mal?!
Eu acho que não.


 -Não se pode ser feliz desse jeito. Vingança e felicidade são opostos em um coração. Sentir-se feliz com a infelicidade alheia é algo terrível.


 -É, talvez pra você, para o resto da humanidade... Mas, como cada um de nós é um ser diferente, e eu sou um ser a parte, estou feliz. Tenho paz.
Paz não só pelo "troco" que não dei, pelo escárnio público, não; eu tô feliz por que agora eu sei que posso olhar apenas pra frente. Meu passado está morto! E isso é tão bom!!

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