quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Preconceitos e Homofobia





   Sinceramente, não me lembro a primeira vez que ouvi, li ou vi um ato de preconceito, pela primeira vez. Lembro que minha mãe, digamos que, "nunca foi simpatizante da causa negra". E isso parece mesmo uma grande contradição. Já que meu pai adotivo, por um curto período seu marido, e melhor amigo a vida inteira, era negro, como ele mesmo dizia "da raça e da cor". Sempre se deram muito bem. Mas, isso não vem exatamente ao caso. Hoje o "caso" mesmo é homofobia.


 Eu sei que tem muita gente falando sobre isso por aí. E usando exemplos de terceiros. Só que eu gosto de mostrar meu ponto de vista. Também não me lembro a primeira vez que vi um gay, ou ouvi falar do que se tratava homossexualismo. Porém, lembro bem que minha mãe, apesar da criação extremamente conservadora, me ensinava a não ter preconceitos. Ela dizia que "essa coisa de não gostar de negros" era dela, de mais ninguém e não era exemplo a ser seguido. Vai entender, né?! E ainda me perguntam por que acredito em vidas passadas... Enfim, ela ressaltava que os gays não tinham culpa de serem quem eram e que Deus tinha um bom motivo por tê-los feito assim. NUNCA me disse NADA sobre castigo divino, culpa da criação dada pelos pais ou coisas do tipo. E olha que minha mãe é uma católica tradicional, do tipo que ainda acha pecado divorciar-se e pecado maior ainda evitar filhos.


   Minha mãe cresceu numa família muito preconceituosa, em uma época preconceituosa. Contudo, foi sábia e enxergou a verdade por trás das "verdades" que nos são impostas. É, ela soube me educar. E o mundo ( e, com certeza, minhas encarnações passadas) me fizeram ser quem eu sou. Eu tive um namorado que sonhava ter filhos comigo. Ele era tão preconceituoso com meus amigos gays, que eu não via como aquilo seria possível. Era o típico hipócrita: na frente era simpático, brincava... por trás, tinha verdadeiro nojo. Infelizmente, só percebi isso com o tempo. Ele vivia me questionando. Dizia: "E o que você faria se nós tivéssemos um filho assim?". Respondia de prontidão: "Eu amaria de todo o meu coração! Talvez amasse e tivesse mais atenção do que um filho "normal". Porque o "normal" você faria de tudo por ele e o gay, disso eu sei, você rejeitaria." Diante da verdade, ele calava-se. 


  Pode até parecer loucura, não importa, quem dera que meus amigos gays mais queridos pudessem ter tido mães como eu. Tantas lágrimas não haveriam sido derramadas., tanto sofrimento evitado. Na minha concepção, na formação de caráter exemplar que recebi e nos meus conceitos espiritas SOMOS TODOS IGUAIS. Tem certeza que a diferença está em com quem você dorme à noite ou transa nos finais de semana? Tem certeza que a ausência de uma vagina ou de um pênis tornam a pessoa ao seu lado mais digna de respeito? 
Eu realmente gostaria que o mundo pudesse mudar. Que ninguém tivesse que ser obrigado a aceitar o outro. Porque não pode, nem deve ser obrigação respeitar, amar ou ter consideração por outro ser humano. 
 Um homossexual não vai bater à sua porta lhe pedindo para ajudá-lo a sonegar o imposto de renda. Uma lésbica não irá lhe pedir para ajudá-la a acender um "cigarrinho". Um bissexual não vai lhe incomodar à 1:00hr da matina, dizendo que bateu o carro bêbado, perdeu a carteira, está preso e precisa de um bom advogado. Você não precisa participar da vida de nenhum deles. Mas, eles têm o direito de poder viver em paz. 
 Olhe bem para si mesmo. Você tem defeitos. Tem excreções em sua alma que talvez sejam mesmo deploráveis. Por que apontar justamente para a vida alheia, se há tanto o que resolver na sua? NINGUÉM é santo! Você mesmo, que lê este texto agora, pode sentir ou já ter sentido desejo pelo mesmo sexo., e considerar pecado, ou perigoso, assumir isso em público.


  Tenho que confessar que sinto verdadeiro nojo de gente preconceituosa. E, sim, isso deve ser mesmo um preconceito de minha parte. Mas, pensar que alguém que convive comigo gostaria de mudar a natureza de outra pessoa, me enche de repúdio. É desprezível a intolerância. Ela nada mais é que ignorância e falta de amor. Amo meus irmãos. Ken, Aly e Ton são como irmãos. Irmãos que meus pais não puderam me dar. E se a vida me trouxe irmãozinhos gays, eu devo mesmo me orgulhar! Me orgulho do caráter, da perseverança, da determinação, do brilho nos olhos, da vontade de vencer, da honestidade, da forma limpa de amar. 

  Se você é incapaz de amar assim, de se desprender do que um dia te ensinaram errado, sinto muito. 
  Por você, e sua alma pobre e solitária, eu só tenho a lamentar.
 Você nunca saberá o que realmente significa amar. Amar sem barreiras. Amar alguém pelo que ele é. Sem medo!
 Homossexualismo, e qualquer outra forma de amar, não é escolha. Faz parte da sua natureza SER O QUE VOCÊ É!

2 comentários:

  1. Obrigadão por sempre pensar em mim e por me amar tão incondicionalmente, vc é um anjo em minha vida e minha maninha querida, adorei a mensagem bjus saudades.

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